segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

John Galliano, o Grande



Independentemente da atmosfera fantástica recriada para a estação – seja ela a velha e mágica Quioto, a eterna Madame Butterfly ou a Grande Mãe-Rússia – o mais certo é que os editores de moda de todo o mundo não se cansarão de aludir ao desfile de Galliano – seja para a Dior ou para a sua própria marca –, como uma das mais mágicas experiências das semanas de moda que vão acontecendo capitais fora. Considerado como um dos mais influentes designers de moda do nosso tempo, o último dos grandes românticos, John Galliano é um homem com uma prodigiosa queda para o teatral e os seus desfiles são uma mostra fiel dos seus gostos, assemelhando-se a ensaios sobre a arte de interpretação. Nascido em Gibraltar em 28 de Novembro de 1960 e educado em Inglaterra no londrino St. Martins College of Art & Design, Juan Carlos Antonio Galliano – entretanto distinguido como comendador do Império Britânico em 2001 e Cavaleiro da Legião de Honra em 2009 – vem dando drama desde 1984, altura em que a sua espantosa colecção consagrada à Revolução Francesa – Les Incroyables – o catapultou no panorama internacional com a idade de 24 anos. Três anos mais tarde, era nomeado Designer Britânico do Ano.

Prontamente apontado como uma promessa flamejante, o sucesso comercial não chegou rápido à sua vida. Após a mudança para Paris, no início da década de noventa, Galliano viu-se em sérias dificuldades para erguer o seu nome, mas através da ajuda da socialite Sao Schlumberger e da mítica editora da Vogue, Anna Wintour, conseguiu montar um desfile recheado de super-modelos que entrou para a história da moda. O espectáculo que fez estrelar Kate Moss, Naomi Campbell, Christy Turlington e Companhia evoluindo em peles, mini-quimonos e saias finas entre sofás vitorianos e candelabros de cristal em ruínas, foi então descrito pela Women's Wear Daily como "um dos mais mágicos e memoráveis acontecimentos de moda da década". Bernard Arnault, da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton prontamente respondeu ao que viu convidando Galliano para director criativo da Givenchy, para logo o nomear (em 1996) director de design da Christian Dior, cargo que o estilista ainda detém.

Uma das imagens típicas de Galliano é o chiffon de corte em viés à anos trinta, os imaginativos chapéus desenvolvidos em colaboração com Stephen Jones – de ninhos de pássaro a toucados de penas... Das tribos yemini a soldados da Confederação, da doçura de pétalas a corridas de Fórmula 1, souks marroquinos, as cores dos mercados de rua, de bailes venezianos a sombrias plataformas da Gare de Austerlitz... nenhuma referência é demasiado rebuscada para uma pequena reinterpretação... O seu génio reside exactamente na sua capacidade de transformar as fontes mais ocultas num irresistível delírio de moda. São doze as colecções anuais. A grande boutique Dior em Paris está transformada numa verdadeira mega-loja frequentada por clientes dedicados. Actualmente, a casa de John Galliano, que celebra este ano o seu 25º aniversário, encontra-se em fase de expansão, estando planeada para breve a introdução de vestuário infantil, fragrâncias, relógios e peças de joalharia fina. Enquanto isso, em 2008, assistimos ao debutar de uma linha de sportswear e acessórios, simplesmente designada por "Galliano".

www.johngalliano.com

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