segunda-feira, 13 de abril de 2009

Momentos místicos



Apanage Femme Outono/Inverno 2009/10
Os vestidos levam "vidas próprias". A Apanage Femme respondeu a este desenvolvimento com um conceito diversificado que redefine o vestido e o tema de duas peças. A nova colecção oferece uma montra que cumpre as exigências que actualmente se pedem aos vestidos. De uma forma jovem e moderna os vestidos são coordenados com calças, como "solitaires" ou peças fulcrais de jogos de camadas. Este "kit de construção" edifica-se em torno de vestidos, oferecendo possibilidades virtualmente ilimitadas às utilizadoras.
Ute Thier assumiu responsabilidade pela colecção e revela um nova jogo de silhuetas que entram em novas "parcerias" com vestidos. "São cinco temas coordenados que podem ser combinados uns com os outros devido às suas cores harmoniosas e que se concentram em vestidos. Elementos de alta costura são incorporados enquanto que materiais para os mais diferentes gostos marcam pontos na sua alta qualidade. Vemos vestidos num contexto inteiramente novo", diz.

Ambiente 1 - Françoise Sagan (autora francesa): A senhora com o seu célebre corte foi um enorme sucesso com o seu romance "Bonjour Tristesse" quando tinha apenas 18 anos. Interpreta o vibrante sentimento da década de 50 plena de desejo ardente. Françoise Sagan é sinónimo de simplicidade mas com classe e um determinado sentido de luxo. Um tema baseado na cor preta salientada com delicadas tonalidades como amêndoa e camel, bronze e grafite...
Ambiente 2 - Sonia Delaunay (artista russa): A sua arte foi um dos primeiros exemplos de pintura abstracta. Logo em 1925 já previa o futuro da moda e do design de interiores. Vestiu Gloria Swanson bem como a mulher do arquitecto da BauHaus, Marcel Breuer. Os seus padrões geométricos são ainda hoje muito populares. A cor dominante é o azul meia-noite combinado com tons de conhaque e pedra. A cor secundária é o verde-pálido.
Ambiente 3 - Lou Salomè (autora/psicoanalista russo-francesa): Conheceu Freud enquanto estudava em Viena. Era ainda boa amiga de Nietzsche para o qual se mostrava provavelmente demasiado rebelde. Vivia rodeada de artistas e levava uma vida muito ilustre. O seu estilo de vida excêntrico foi brilhantemente retratado por Dominique Sanda no fime de Visconti da década de 80. Um mórbido castanho escuro mistura-se com lãs branca e âmbar...
Ambiente 4 - Eileen Gray (designer/arquitecta irlandesa): Marcou uma época na era Bauhaus. Os seus desenhos são clássicos modernos misturando-se sem costuras com as obras dos designers e arquitectos do movimento Bauhaus. A sua "mesa ajustável" faz hoje parte da colecção permanente de design do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Armações de tubos de aço – como as mostradas em criações básicas como o Day Bed – ou trabalhos em madeira como o seu Folding Screen em vermelho, preto, cinzento ou marfim estão hoje em dia ainda omnipresentes em qualquer loja de mobiliário de design. A sua marca própria assentava na sua atitude franca assinalada pelo seu penteado. Nuances de grafite desde as mais claras às mais escuras desempenham um papel-chave. As cores secundárias são o azul petróleo e aqua.

Ambiente 5 - Virginia Wolf (escritora inglesa): Desde a adaptação do filme "Mrs. Dalloway", com Nicole Kindman, que esta escritora inglesa é associada à ideia de estilo e sobriedade. Virginia Wolf pertenceu ao "Bloomsbury Group" em Londres, um círculo privilegiado de pessoas do mundo da cultura e dos negócios. Apesar da sua incontestável modernidade, mantinha um tipo de aristocracia vitoriano. Tons de verde ligeiramente empoeirados até às tonalidades escuras de verde musgo. Com os tons de beringela são criadas discretas dissonâncias.

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