terça-feira, 24 de março de 2009

Anti-crise!

Mais de 800 milhões na ajuda ao têxtil
e calçado

Reunido num hotel do Porto com representantes de diversas associações do sector têxtil, de vestuário e do calçado, o ministro da Economia, Manuel Pinho, apresentou esta manhã um "pacote" de 20 medidas que se destinam a apoiar um sector muito debilitado. Avaliado em mais de 800 milhões de euros, o plano anti-crise tecido pelo governo procura minimizar os efeitos nefastos da actual conjuntura económica em sectores apontados como "fundamentais" para a economia portuguesa. Entre as iniciativas previstas por esta acção e para além do reforço dos capitais das empresas e da promoção externa de produtos de moda "made in Portugal", figura a questão do seguro de protecção ao crédito das empresas exportadoras que, na actual crise, viram as seguradoras a retirar-lhes a cobertura de risco.

Segundo o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, João Costa, o Governo aceitou assumir o papel das seguradoras e assegurar a cobertura de uma parte do seguro de crédito destas empresas. O apoio a prestar assentará numa linha de crédito, que passará a cobrir quase dois terços dos seguros de crédito para cerca de 30 por cento das exportadoras nacionais, ou seja, cinco a seis mil empresas. À agência Lusa, João Costa explicou que "nos casos em que as seguradoras reduziram os plafonds a zero, o Estado vai dar uma cobertura de 60 por cento e a empresa terá de suportar o risco de 40 por cento do valor do crédito que conceder".

Segundo o mesmo responsável, para além desta ajuda, o Estado deverá ainda, no âmbito dos apoios do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), alargar às PMEs a antecipação em 50 por cento do investimento, assim diminuindo "o esforço financeiro por parte das empresas". O plano traçado passa ainda pela aprovação de um pólo da competitividade da moda, previsto para a cidade Invicta e que pretenderá cinco projectos estruturantes cujo resultado final será a criação de um instituto português da moda, a promoção do sector no estrangeiro e a formação profissional dos trabalhadores da área.

Neste plano existem ainda medidas destinadas à protecção e criação de postos de trabalho, tendo Manuel Pinho anunciado "a contratação de jovens e de trabalhadores com mais de 45 anos de idade", bem como a extensão do Programa de Qualificação e Emprego já aplicado no sector automóvel. Esta acção permitirá às empresas "com grandes variações na sua procura externa, colocarem trabalhadores durante o período em que não é necessário o seu contributo, a fazer formação". Pese embora considerar importante o esforço do governo de José Sócrates, João Costa entende que as medidas ajudam a "atenuar dificuldades", mas que são ainda insuficientes.

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